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Vietnã

Vietnã

Por Fábio Porchat

Queria começar esse texto pedindo desculpas, pois tem um certo tempo que fui ao Vietnã, então minha memória do lugar não é das mais completas e confiáveis em relação aos nomes e lugares específicos que visitei. Por outro lado, lembro bem das experiências e sensações que tive por lá. Foi consultando meu roteiro da época e vendo as fotos que ainda tenho que tentei montar um quebra-cabeças do meu tempo por lá.

Estive no Vietnã por 8 dias, incluindo o Réveillon. Poderia ter facilmente estendido e passado 10. Já posso adiantar que o Réveillon por lá é bem tranquilo e decepcionante pros padrões brasileiros de festança. Acho que até para padrões norte-coreanos também. Mas isso em nada atrapalhou a viagem, pelo contrário, só reforçou a sensação de tranquilidade e paz que tive por lá. Eu esperava encontrar um clima de sol e praia, mas tive o azar de pegar apenas dias nublados e bastante chuva.  Até um certo friozinho fez. Mas, mesmo assim, o país se mostrou um lugar bacana de se conhecer.

Aproveitei que estava indo ao Vietnã e casei essa viagem com minha ida ao Camboja. É muito comum que, no geral, as pessoas emendem um ou mais destinos do sudeste asiático. Eu acho válido você aproveitar o tempo gasto de locomoção até lá. Claro que se o orçamento permitir. De início, iria incluir o Laos nesse roteiro, mas por falta de tempo e ouvindo o conselho de amigos, decidi focar em Vietnã e Camboja. Mas fiquei curioso em conhecer o Laos. Você consegue chegar facilmente ao Vietnã por qualquer um dos hubs europeus.

Minha impressão do país foi muito positiva. Fiquei bastante surpreendido com o que encontrei no Vietnã. É um país muito agradável, bonitinho e simpático. Muito seguro e tranquilo, você se sente muito à vontade de caminhar e se perder pelas cidades, mesmo as grandes, como Hanoi e Ho Chi Mingh. A arquitetura e organização das cidades foi algo que achei muito curioso. É bem interessante ver a mistura entre o europeu e a cultura da região. Fica uma mescla bonita e intrigante. Passar por um parque onde pessoinhas estão praticando tai chi não tem preço. Outra coisa que se torna uma atração é o fato de ser um dos últimos refúgios comunistas do mundo. Mesmo se permitindo estar mais aberto nos últimos anos, é bem comum encontrar as propagandas do Partidão pelas cidades e algumas pessoas com os broches de foice e martelo. Não tem como deixar de se sentir vivendo em uma era passada.

Os vietnamitas em si são outro ponto positivo do lugar. O povo é muito acolhedor e tranquilo. Muito simpáticos, eles estão sempre sorridentes e curiosos em conversar com você e saber sua história. É muito legal passear pelas ruas e ver pessoas de todas as esferas sociais sentadas (de cócoras mesmo) juntas e comendo em barraquinhas. Um policial, um empresário, um pedinte e um taxista na mesma roda. Aliás, essas barraquinhas são muito comuns de se encontrar por todo o país, tanto é que resolvi me aventurar por alguma delas. Nessas horas, vale “olhômetro” e escolher o mais aceitável. Se você se permitir, vai se surpreender!

Vale dizer que a tranquilidade do país só é quebrada no trânsito, que é aquela loucura infernal já famosa. É um caos de motos (muita, mas tipo muita mesmo) e tuk-tuks costurando pelas ruas e você acha que verá um acidente a qualquer momento. E, geralmente, acaba vendo. Por isso, recomendo deixar o transporte nas mãos dos locais. Use táxi, tuk-tuks ou contrate um guia-motorista.
A comida por lá me agradou bastante, eram muitas opções leves e saudáveis. Em geral, os pratos são todos cozidos ou grelhados e há muitos ensopados. O sabor local é muito gostoso e a comida fica bem interessante. Os restaurantes podem ser um tanto confusos, os cardápios quase sempre vêm em vietnamita. Uma coisa bem legal da comida é experimentar as inúmeras frutas frescas e típicas das barracas e feiras das cidades. Existem várias opções locais exóticas muito gostosas. Numa dessas visitas o guia prometeu me mostrar uma fruta “exótica e incrível que só era encontrada por lá”. Ele criou toda essa expectativa até que me apresentou… um caju! Falei: “Amigo, conheço! Joga uma vodka nisso aí e bate com um pouco de gelo que viramos íntimos!” 

Outra coisa que achei bacana é que os templos por lá são bem “interativos”. O que quero dizer é que você pode acender incensos e colocar pedidos nas paredes ao invés de só admirar de longe. Acho isso legal e te ajuda a entrar mais no clima do país.
Claro que a guerra, que muitos associam ao país, ainda se faz muito presente e muitas marcas ainda estão espalhadas por lá. Ao invés de fugirem ou esconderem esse passado sangrento, eles agarraram sua história e te possibilitam explorar e mergulhar nas causas e efeitos dessa guerra que marcou o país. E você nem precisa ser um “apreciador de guerra” (se é que existe isso) para aproveitar a experiência. Eles tiveram bastante preocupação em transformar isso em experiências ricas e muito educativas e elucidativas.
Agradável e simpático, o Vietnã é um país que me conquistou e que recomendo bastante para todos. Comecei minha viagem lá por Hanoi, atual capital e segunda maior cidade do país. Também visitei a cidade costeira de Hoi An, a baía de Halong, além da famosa Ho Chi Minh, antiga Saigon.

DICAS

  • A moeda lá é o Dong.
  • A língua oficial é o vietnamita. É mais comum encontrar quem fale francês fluente do que inglês, mas dá para se virar com um inglês básico e linguagem de sinais.
  • O clima lá é úmido e quente, como costuma ser o padrão em países do sudeste asiático. O país é um dos que recebe os efeitos das monções. O inverno é o período de seca e ele vai de novembro a abril. De maio a outubro ocorrem as chuvas mais intensas.
  • Brasileiros precisam de visto para entrar no Vietnã. Você encontra todas as informações através desse site: https://www.vistovietnam.com/ . Você deve fazer uma pré-aplicação e retirar o visto ao chegar no aeroporto, pagando uma taxa de cerca de US$20.
  • O passaporte deve ter, no mínimo, 6 meses de validade e pelo menos 1 página em branco para ser carimbada na entrada do país.
  • Não é necessário nenhum certificado internacional de vacina.

OUTRAS ATRAÇÕES

  • DELTA DO MEKONG – Lugar que mais me arrependi de não ter conhecido, e indicado por várias pessoas que visitaram o Vietnã. Você passeia de barco por um cenário pitoresco nas águas do famoso rio que corta o país. Dizem ser muito bonito e agradável.
  • HUE – Cidade histórica muito bem preservada. Mantém as mesmas características do império Nguyen, do séc. XIX. Toda murada, é um lugar incrível para explorar uma parte da rica história do país.
  • PARQUE NACIONAL PHONG NHA-KHE BANG – conjunto de cavernas incríveis, com formações de tirar o fôlego.
  • MY SON – Uma espécie de Angkor Wat local. Complexo de templos do séc. IV encravado no meio das selvas do país. Lindo e incrível de se conhecer.
  • HOI AN – Cidade que dizem ser o melhor local para desfrutar da verdadeira atmosfera vietnamita. Lugar ótimo para se caminhar e explorar ruas e prédios preservados de uma era passada.
  • SAPA – interior do país, onde você pode visitar os campos de arroz aos pés das montanhas. Vistas deslumbrantes.
  • NHA TRANG – principal destino costeiro e praieiro do país. Ótimo para se jogar e relaxar nas praias.
  • PARQUE NACIONAL BA BE – local lindíssimo que conta com passeios de barco incríveis pelos lagos e rios que cortam as montanhas do país. Perfeito para relaxar e curtir um clima de serenidade no meio da natureza.
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