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Jordânia

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Por Rosana Hermann

Fui parar em Petra, na Jordânia, por influência de alguma reportagem, mas não me lembro qual. Não foi por causa do filme Indiana Jones e a Última Cruzada, que usou a cidade como locação, porque eu só descobri isso quando estava lá.

Eu tinha uma viagem marcada para Israel e, a partir de Eilat, balneário no extremo sul do país, seria fácil cruzar a fronteira com a Jordânia. Mostrei um folheto para meu marido, com imagens surpreendentes do edifício Al-Khazneh, esculpido nas montanhas vermelhas do deserto e de todo o sítio arqueológico da região e decidimos ir.

A primeira coisa que fizemos foi contratar agência de viagem israelense em Eilat. É importante ter guias em inglês para fazer essa travessia, porque não se pode entrar de carro na Jordânia, só a pé.

Por cerca de 200 dólares mais a taxa de 50 dólares para entrar na Jordânia, você contrata uma van que leva você até a fronteira e um micro-ônibus que espera do outro lado, na cidade de Aqaba. Descemos a pé da van para passar pelas autoridades, pagar e conseguir o visto de entrada. O processo é um pouco tenso porque você tem que confiar que ninguém vai implicar com você, porque a estrutura é antiquada e porque temos que acreditar que o ônibus vai mesmo estar nos esperando do outro lado. Com dois itens essenciais para a sobrevivência no verão: água e ar condicionado.

Não tivemos nenhum problema na ida. Na volta, só um tempo de espera porque alguém implicou com o passaporte do meu marido. Mas foi tranquilo. De qualquer forma, é ótimo entrar no ônibus e já estar em Aqaba, na Jordânia. Achei que fosse a cidade do Alladin, mas a dele é Agrabah. Que nem existe.

O caminho pela rodovia King’s Highway que atravessa o deserto da Jordânia até Petra é impressionante em todos os sentidos. As cores áridas do deserto, as cabras e camelos, os beduínos. Não de filmes, beduínos de verdade em suas tendas no meio do nada absoluto. Paramos numa loja/restaurante rudimentar para tirar umas fotos do alto. Eu, que estava vestida da cabeça aos pés, com saia longa, soube naquele ponto que não há nenhum problema na Jordânia em andar com roupas ocidentais. Assim, aproveitei para vestir um short e uma blusinha mais adequados ao calor intenso. Eu tinha levado todo um kit-deserto, incluindo chapéu, óculos, bloqueador solar, que foi essencial.

Em Petra, descemos e começamos nossa caminhada a pé. Tudo ali é quente, intenso e lindo. Parece que você entrou numa paleta de cores diferente, porque as montanhas são vermelhas, o céu é absurdamente azul, as pedras são de todos os tons de rosa, branco, bege. Petra, por causa dessas cores é conhecida como a Cidade Rosa.

UM POUCO DE HISTÓRIA
A cidade de Petra foi esculpida pelos nabateus, uma tribo que se estabeleceu há mais de 2.200 anos na região hoje chamada de Jordânia. A arquitetura foi influenciada por todas as outras civilizações conhecidas até então, como egípcios, gregos, romanos. A fachada do edifício mais imponente, o Al-Khazneh, que aparece no filme do Indiana Jones, é helenística. Tem 43 metros de altura por 30 de largura e foi feita no século I antes de Cristo.

Petra é muito antiga, foi habitada por edomitas na idade do ferro. Depois, com os nabateus, tornou-se uma cidade poderosa, chegando a ter 30 mil habitantes em seu auge. Após seu declínio, em 661 D.C., ficou esquecida por mais de 1200 anos. Chegou a ser considerada uma lenda, como Tróia, até ser redescoberta pelo explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt, em 1812 e tornar-se um patrimônio da humanidade.

O SIQ, CAMINHO INESQUECÍVEL
Siq é o nome da entrada principal para a antiga cidade dos nabateus, Petra, um desfiladeiro longo de 1.2km, sinuosa e estreita (em alguns lugares com 3 metros de largura), entre rochas altas e coloridas, por onde se caminha até o monumento principal da cidade.

Caminhar por essa garganta é um alívio do sol e do calor, uma experiência única pelas cores e texturas e um preparo para o que vai ver. A passagem estreita e sinuosa não permite que você vislumbre o que vem à frente. Exatamente por isso, o guia para antes da última curvinha e prepara os turistas para o que verão a seguir, o tesouro que foram buscar, a fachada esculpida na pedra vermelha, o tesouro de Al-Khazneh.

A partir dali visita-se todo o sítio arqueológico, com as cisternas e todas as ruínas dessa cidade construida pelos nabateus.

Na volta, o ônibus da agência de turismo parou num restaurante caseiro, com a melhor comida árabe do mundo.

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