Egito

Sempre foi meu sonho conhecer o Egito. Desde que me entendo por gente, eu sabia que um dia iria ao Egito. Quando decidi ir, aproveitei e incluí minha viagem ao Marrocos. Passei o ano novo por lá. Aliás, é muito curioso passar o réveillon em um lugar que não celebra a virada feito nós. Você fica parecendo um maluco pulando à meia noite, enquanto as pessoas te olham com uma cara de “vai dormir que já está tarde”. Mas, voltando, o Egito é tudo aquilo que eu estava esperando. E mais um pouco. Lugar bonito, curioso e interessante, que em todo canto tem algo para você descobrir ou ver. Estive lá por 10 dias. Antes da revolução que derrubou o ditador Mubarak. Como já faz mais de 5 anos que eu fui, alguns detalhes me fogem à memória, mas vou me esforçar ao máximo para relatar o que me lembro e mais me marcou!

Não sei como anda o clima por lá agora, mas o que leio é que as coisas andam tensas. Mas aconselho você a ficar sempre de olho no noticiário internacional. O país vive em alerta, com muitos soldados pelas ruas. Eles chegaram a instalar detector de metais nas entradas dos principais hotéis. Mas minha viagem seguiu muito tranquila e sem nenhum imprevisto.

Devo dizer que uma coisa que me chamou a atenção foi a pobreza no Egito. Ela se assemelha bastante ao que vemos no Brasil com as comunidades e favelas. São várias espalhadas pelas cidades do país, sobretudo no Cairo. Para você ter uma ideia, vi uma favela que foi construída dentro de um cemitério. Outra coisa curiosa que observei foi que não havia pontos de ônibus. O que vi eram pessoas se aglomerando no meio da rua e parando os veículos na base do grito. Por isso não recomendo utilizar o transporte público por lá. E digo isso pois peguei um trem, lotado, e os locais me olhavam surpresos. Mas devo frisar que em nenhum momento me senti em risco ou numa situação passível de conflito. Pelo contrário, achei tranquilo fazer de tudo.

A comida foi um ponto muito positivo lá para mim. É muito gostosa e bem feita e é legal pois difere da cozinha sírio-libanesa que, em geral, consideramos como comida árabe no Brasil. Em geral você vai encontrar muitos pratos com carne de cordeiro, mas também rolam os tradicionais homus e o próprio pão sírio. O cordeiro é bem temperado, forte, mas muito gostoso. Uma coisa importante para se dizer sobre a comida é que você deve ter um desprendimento. Vai ser o moço da barraquinha ou restaurante preparando tudo com mão. Pra mim isso faz parte do encanto e charme do local. Mas sei de pessoas que ficaram a estadia inteira no refrigerante e fast food. Acho isso uma pena. Mas se disser que não tive um leve desarranjo eu estaria mentindo. Porém acho que faz parte de conhecer um local de uma cultura nova. De qualquer forma, recomendo sempre levar um álcool gel no bolso para evitar um imprevisto estomacal.

Fora os passeios históricos, é bem legal também de se perder pelos mercados locais e se aventurar pelos bazares. Preste atenção, pois há muitas coisas falsas. E é aquele esquema já sabido de países árabes: muita lábia e pechincha. É ofensivo aos vendedores não entrar nesse jogo e, no fundo, acaba sendo divertido. Eu fui achando que não ia trazer muita coisa, mas voltei cheio de lembrancinhas e até mesmo com um papiro enorme, e lindo, que acabei dando de presente pois nem cabia lá em casa!

Arrebatador, caótico e instigante, o Egito é um lugar cheio de possibilidades. Muitos tempos. Mas tipo muitos mesmo. E várias cidades para se percorrer.

OUTRAS ATRAÇÕES

• ASWAN – Cidadezinha ensolarada às margens do Nilo. Rodeada de dunas alaranjadas e árvores, é um destino ótimo para relaxar e costuma ser ponto de parada dos cruzeiros de longa duração pelo rio. Há atrações históricas, também, como o monastério de São Simeão ou as aldeias núbias.
• MOSTEIRO ORTODOXO DE SANTA CATARINA – Um dos mosteiros mais antigos do mundo. Fica no pé do Monte Sinai, onde Moisés teria recebido as tábuas do Dez Mandamentos. É lá que supostamente fica a sarça ardente. O mosteiro também tem um museu rico em obras sacras. Vale a pena escalar o Sinai para ver o nascer ou o pôr do sol.
• OÁSIS DE FARAFRA – Uma das maiores belezas naturais do país. É um deserto formado entre montanhas de giz, o que faz o cenário parecer de gelo e neve.
• OÁSIS DE SIUÁ – Localizado bem ao oeste do país. Uma cidade erguida em volta de uma cidadela de barro. Ao redor tem um vasto oásis cheio de palmeiras e fontes de água doce. Bem pitoresca.
• SINAI DO SUL – Região na península do Sinai, cheia de praias, corais e atrações aquáticas. É considerada uma das melhores áreas de mergulho do mundo. Há diversos resorts por lá.
• TEMPLO DE ABIDOS – Destino que passa despercebido por boa parte dos turistas por ficar próximo de uma cidadezinha bem pequena. Mas o templo, dedicado a Osíris, é um dos mais completos e fascinantes do país. Suas paredes são todas entalhadas de hieróglifos muito bem preservados. É bem vazio em comparação aos outros templos do país.

DICAS

• A moeda lá é Libra Egípcia.
• O idioma oficial é o árabe. Mas é fácil encontrar quem fale inglês ou francês.
• Precisa de visto, que pode ser tirado em até uma semana através da embaixada em Brasília ou nos consulados no Rio de Janeiro ou São Paulo (info: http://consulados.com.br/egito/#consulados)
• Para tirar o visto você vai precisar de:
  – Passaporte com validade superior a 6 meses para entrar no Egito
  – 1 formulário preenchido e assinado
  – 2 fotos 3×4 recentes, coloridas e iguais
  – Para passaportes estrangeiros, acrescentar cópia do R.N.E.
  – Voucher do Hotel
  – Passagem aérea ida e volta
  – Comprovante da Vacina de Febre Amarela Internacional
• O clima lá é bastante árido, quente e seco. Na costa, como Alexandria, o clima é mais mediterrâneo. Chove mais durante o inverno.
• Lembrando que boa parte do Egito e das atrações fica no deserto. Portanto, mantenha-se hidratado, use protetor solar e tenha sempre um boné ou chapéu.
• Não dê dinheiro para os pedintes, principalmente crianças. Tô falando isso não por falta de compaixão mas porque sua vida vai virar um inferno se você fizer isso. Você vai ser tomado por uma horda de pedintes e será assim pelo restante do dia.