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Nepal

Nepal

Por Fábio Porchat

O Nepal é um país mágico e completamente diferente de tudo o que eu já havia visto e vivenciado. Um lugar que me deixava impressionado a todo momento. Poucas vezes um lugar me marcou tanto de cara. Estive por lá cerca de 4 dias e me arrependi profundamente. Poderia ter, facilmente, ficado uns 8. Até para explorar o restante do país, pois acabei ficando mais concentrado em Katmandu e cercanias. Uma das coisas mais associadas ao Nepal é o montanhismo dado que o país fica aos pés do Himalaia. Um dos lados do Everest fica no país. Muita gente diz que o ideal são as escaladas ou hiking na neve. Dá para ir tanto no esquema profissional quanto amador em grandes grupos. Eu não fiz, mas fiquei com muita vontade ouvindo os relatos. Caso você queira ir com esse intuito, o ideal é ficar cerca de 15 dias para aproveitar tudo ao máximo. E na verdade esse é principal tipo de turismo por lá. O que mais se encontra nas ruas são estrangeiros indo ou vindo de uma montanha. Muitas lojas vendendo mochilas e jaquetas de frio. Aliás, com bom preço e de ótima qualidade. Não dá pra enfrentar a montanha com um casaco “ching-ling” e eles sabem disso.

Apesar de toda essa experiência marcante e gratificante, devo dizer que minha estadia teve momentos tristes, sobretudo na chegada. Fui para lá pouco menos de 1 ano depois dos terremotos que devastaram o país (já estava de viagem marcada e decidi não cancelar, até porque uma forma de ajudar era através do turismo, importante fonte de renda do governo.) Mas, infelizmente, encontrei muitas ruínas e prédios desabados. O que não havia sido derrubado era mantido em pé por vigas precárias de madeira. Pelo que vi não acho que a situação tenha melhorado muito. O que é uma pena, pois muitos prédios de valor cultural e histórico acabaram sendo destruídos. Mas a cidade e o país tentam seguir suas vidas e rumos normalmente.

Vou aproveitar e tirar um dos, senão o único, ponto negativo que percebi no país. Assim como na Índia, o Nepal é um país com concentrações muito grandes de pessoas e o trânsito também é caótico, para não dizer insano. É comum olhar na rua e ver aqueles ônibus amontoados de gente no estilo surfista de trem. Mas, para minha sorte, e azar do país, rolou uma greve de gasolina quando estive por lá. Ou seja, as ruas ficaram vazias e minha locomoção se deu mais fácil do que é o normal. Me disseram que no dia-a-dia, um trajeto de 100km é percorrido em 3 horas.

Com a religião hindu (maioria) e budista bem estabelecidas no país e entre a população, o Nepal é um lugar muito sereno e tranquilo onde experimentei uma paz sem igual. É um clima plácido que toma conta de você. E é essa cultura pacífica que está nas principais belezas (humanas) do país. É simplesmente deslumbrante caminhar pelas ruas da cidade e notar os entalhes e ornamentos presentes em todas as casas e edifícios. Todas muito bem trabalhadas e todas detalhadas. Cada casa parece esculpida. Ao caminhar você chega a ficar com torcicolo de tanto que vira o pescoço para admirar as construções. Isso sem falar nas pagodas e templos que são de uma beleza à parte.

O povo é muito simpático e tranquilo. Mesmo nas ruas apinhadas de gente e turistas, eles seguem suas rotinas e rituais normalmente e você se pergunta se eles te ignoram ou apenas não ligam. Eles mantêm uma distância respeitosa de você, mas são super simpáticos e solícitos quando abordados. Para você se inteirar mais da cultura e práticas locais, recomendo contratar um guia local como eu fiz. Vale a pena e você entende os diversos rituais que constantemente se presencia.

A comida é bem semelhante à da Índia. Confesso que não comi muito bem e não me recordo de nada muito incrível da cozinha local. São gostosinhas, mas nada demais. Digo isso em relação aos restaurantes locais. Nos hotéis melhores existem restaurantes mais elaborados e sofisticados.

De uma outra era, o Nepal é, de fato, um lugar de uma beleza sem igual e que te dá a sensação de estar adentrando uma terra fantástica ou de que se está vivendo em um filme épico. Recomendo a todos que queiram vivenciar uma cultura bem diferente da nossa e belezas naturais de cair o queixo.

DICAS

  • A moeda lá é a Rupia Nepalesa.
  • A língua é o Nepali mas dá para se comunicar em um inglês bem basicão. Eles estão acostumados com o turista.
  • O clima lá depende bastante da altitude. As regiões mais baixas têm um clima tropical, e nas mais altas, considerado ártico. O país fica na rota das monções e as chuvas caem entre junho e setembro. Se você for com o intuito de escalar as montanhas o ideal é ir na primavera (março e abril) ou outono (outubro e novembro) quando a visibilidade das cordilheiras é melhor e o frio não é tão intenso.
  • Brasileiros precisam de visto para entrar no país. Você pode tirá-lo quando chegar no aeroporto ou já agilizar todo esse trâmite através do site do governo nepalês.
  • Não é necessário nenhum certificado internacional de vacina.

OUTRAS ATRAÇÕES

  • EVEREST & ESCALADAS – passeio que não fiz pelo curto tempo, mas que me arrependi bastante. Uma das razões mais populares pelas quais as pessoas vão ao Nepal. Dizem não ser a região mais bela de ser vista em um trekking mas vale pela áurea de se ver o cume do Everest. Ainda que você, obviamente, não escale a montanha toda é um certo chão e bem alto, portanto pessoas muito sedentárias podem acabar sofrendo.
  • HELAMBU – área habitada pelos sherpas e considerada a mais bonita para praticar o trekking pelas montanhas.
  • BODNATH – principal stupa de Katmandu e um dos símbolos do país. Uma das maiores stupas do mundo e datada do séc. VI. Você já deve ter visto fotos da linda torre dourada pintada com os olhos de Buda.
  • POKHARA – segunda maior cidade do país e porta de entrada para os escaladores. Com um feeling de vila, a cidade é rodeada por uma cenário incrível.
  • PARQUE NACIONAL CHITWAN – um dos passeios que mais me arrependi de não ter feito. É um parque gigantesco onde se pode ver uma porção de animais: crocodilos, golfinhos, tigres e rinocerontes. Fora o visual lindo.
  • LUMBINI – cidade mais afastada do circuito turístico tradicional. Fica a cerca de 250km de distância de Catmandu. É a cidade natal de Buda e importante ponto de peregrinação além de Patrimônio da Humanidade da UNESCO. Contém o templo Maya Devi, dedicado à mãe do Buda e local do seu suposto nascimento.
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